Isto ainda é só o começo. A vitória de Donald Trump em 2024 marca o início de uma nova era, mas em 2028 Elon Musk será, provavelmente, o presidente dos Estados Unidos da América. Trump mostrou que uma personalidade mediática pode ser eleita, e Musk já domina a narrativa pública como ninguém.
Por Malundo Kudiqueba Paca
Se Trump conseguiu, Musk tem o exemplo perfeito de que a Presidência dos EUA já não é só para políticos de carreira. O mundo ainda não está preparado para o que aí vem. A actual eleição teve dois grandes vencedores: Donald Trump e Elon Musk. E isso é indiscutível.
Com Trump na Casa Branca, Elon Musk vê o seu caminho facilitado. Não pagará quase nada em impostos sobre a sua gigantesca fortuna, mantendo o dinheiro em circulação nas suas próprias mãos e projectos. Trump sempre favoreceu os ricos, baixando-lhes os impostos enquanto aumenta a carga sobre a classe média e os pobres. Esta é a sua receita, e não há sinais de mudança. Sob o governo de Trump, Musk continuará a acumular riqueza e poder, não só financeiro, mas estrutural.
A receita de Trump – riqueza, influência e comunicação directa – é tudo o que Musk já possui para a sua própria corrida presidencial. Com o apoio de Trump, Musk poderá ter as condições ideais para transformar o seu império tecnológico numa plataforma política cujo objectivo é enfrentar as elites e alguns grupos com interesses instalados na sociedade americana.
Elon Musk está a consolidar o controlo sobre as infra-estruturas americanas. Com um império que abarca as estradas, a energia, a logística e o espaço, Musk posiciona-se estrategicamente como o verdadeiro motor da economia americana. Ele confidenciou aos amigos mais próximos que, se Trump conseguiu chegar à Casa Branca, ele também conseguirá – e de forma mais fácil, aproveitando a sua fama, fortuna e popularidade. Elon Musk é uma marca, uma figura dominante que, ao contrário de outros candidatos, não depende dos meios de comunicação tradicionais.
Enquanto Trump lida com aliados e inimigos externos, as suas políticas beneficiam a agenda de Musk. A Palestina enfrenta o seu apagamento como nação sob o apoio total de Trump a Israel. A Ucrânia também estará em dificuldades, com um presidente americano que não esconde a sua simpatia pelo líder russo, Vladimir Putin. Este cenário deixa claro que Trump favorece uma geopolítica que poderá moldar o futuro a favor de homens como Musk.
Imaginemos um mundo onde o Presidente dos Estados Unidos controla a rede de energia, as estradas, as plataformas de comunicação e a exploração espacial. Elon Musk já controla grande parte disto, e, em 2028, poderá ser eleito presidente, respondendo apenas aos seus próprios interesses. Ele tem os recursos, a influência e, mais importante, tem a atenção directa do público através do Twitter, que hoje não é só uma rede social, mas uma plataforma de poder. Musk não precisa da CNN, da BBC, da ABC News ou da MSNBC. Ele já tem o seu próprio canal directo para milhões de seguidores.
Estamos a caminho de uma era dominada pela aliança de Trump e Musk, onde o poder não será apenas político, mas económico e tecnológico. Em 2028, Musk poderá ser o líder de uma nação e de um mundo que lentamente já se rende ao seu controle.